Quando pensamos em melhorias nos laboratórios, duas situações se destacam:
A melhoria nos Métodos Analíticos visa aumentar a precisão e confiabilidade dos resultados, muitas vezes mantendo o foco na sustentabilidade para redução do tempo de análise, reagentes e/ou consumíveis, ou simplesmente para atender exigências normativas.
Por outro lado, a melhoria nos Processos Laboratoriais também mantém o foco na sustentabilidade, mas com o objetivo de eliminar desperdícios que ocorrem na execução dos métodos analíticos. Neste artigo, nos concentraremos na melhoria nos Processos Laboratoriais, entendendo que eles servem como base para a melhor execução dos métodos analíticos.
Como funciona isso?
Existem sete tipos de desperdícios que ocorrem comumente em muitos laboratórios. Neste artigo, abordaremos dois deles. Quero orientá-lo a identificá-los e eliminá-los, ou pelo menos reduzi-los inicialmente. Isso nos ajudará a melhorar nossos processos laboratoriais e favorecer as atividades que realmente agregam valor, ou seja, a execução da análise propriamente dita.
1 – Desperdício de Movimentação
Este desperdício é clássico nos laboratórios e refere-se à quantidade de movimentos necessários para executar determinado método, muitas vezes associado ao layout do laboratório, ou seja, à disposição dos reagentes, vidrarias e consumíveis para atender à rotina do analista. Para identificar esse desperdício, é necessário acompanhar o analista durante sua rotina com um esboço simples da planta do laboratório. Durante esse acompanhamento, simule na planta, com o auxílio de uma caneta, os movimentos que o analista executa para realizar suas atividades.
Figura 1: Ilustração do Diagrama de Espaguete
Uma vez realizado esse exercício, avalie se é possível reduzir essa movimentação para a execução dos testes. Frequentemente, alterações na disposição dos materiais reduzirão consideravelmente esse desperdício, podendo, em alguns casos, alocar consumíveis, como seringas, filtros e pipetas, em mais de um local no laboratório, de acordo com a necessidade e o volume de utilização.
2 – Desperdício de Transporte
Muito associado ao desperdício anterior, o desperdício de transporte refere-se ao movimento excessivo de materiais, ou seja, quanto um material é deslocado em um determinado espaço ou intervalo de tempo. Nos laboratórios, podemos identificar esse desperdício no consumo de reagentes. Alguns deles são utilizados com frequência elevada, e quando isso não é observado, o material é frequentemente transportado de um lugar para outro, o que impacta diretamente no desperdício de movimentação.
Este problema pode ser identificado através da observação direta no local de trabalho (gemba) ou através da análise de uma curva ABC dos principais reagentes do laboratório, juntamente com uma compreensão da sua forma de manipulação. Por exemplo, se os reagentes necessitam ser armazenados em um armário corta-fogo ou manipulados em uma capela de exaustão, é importante que sejam armazenados de forma a facilitar o acesso, evitando transportes desnecessários. Isso não apenas reduz os custos com mão de obra, mas também diminui o risco de acidentes.
Como reduzir ou eliminar estes desperdícios?
1 – Aplique os 5S no laboratório para avaliar os itens realmente necessários à rotina.
Figura 2: Foto da realização dos 5S em um estoque de itens laboratoriais
Fonte: Santos (2019)
2 – Aloque-os de acordo com a frequência de uso, pensando onde esse item é utilizado na maior parte das vezes e próximo a quem mais utiliza, de acordo com a figura 3.
Figura 3: Fluxograma para separação e classificação dos itens laboratoriais
3 – Busque recursos que otimizem o espaço interno, conforme ilustra a figura 4.
Figura 4: Foto de uma capela de exaustão com armários de reagentes e vidrarias acoplados
Nos próximos artigos, falaremos sobre os desperdícios de espera e estoque, totalmente direcionados aos laboratórios.
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Por Bruno Alves
Consultor Lean