O leiaute de produção é uma representação gráfica do chão da fábrica.
Nesta preparação para o desenho até a implementação, devemos sempre adotar critérios para atender às necessidades e situações físicas/técnicas que os equipamentos/pessoas necessitam.
O espaço físico do chão de fábrica, as dimensões dos equipamentos, os corredores de pedestres, as rotas de abastecimento, as movimentações de produto acabado, a expedição do almoxarifado… cada um tem a necessidade de ser considerado na concepção de um leiaute. Entretanto, na maioria dos casos, os leiautes já estão prontos, então como devemos proceder ou mesmo analisar?
As modificações são necessárias para adaptar as realidades de produção, mas isso pode gerar um problema maior se for simplesmente implementado, sem uma análise.
Uma ferramenta que ajuda muito na análise das movimentações de colaboradores e/ou material é o Diagrama de Espaguete, que é o “mapeamento” de todos os ciclos de movimentações de pessoas ou materiais na área.
Começamos a entender e verificar as possibilidades de melhoria nos fluxos e reduzir os desperdícios em movimentações de material e dos colaboradores… às vezes, eles caminham uma verdadeira maratona ao final de alguns meses.
Temos um exemplo baseado em uma análise do comportamento de um processo real: trata-se de um leiaute adaptado para um volume baixo (cerca de 30% da capacidade) de dois produtos (vamos chamá-los de Produto A e Produto B).
Nesse caso, não tinha nenhum problema para a produção atingir o volume programado. Contudo, no meio industrial, há um agravante: nem sempre quem criou o leiaute está acompanhando as mudanças e as necessidades do dia a dia, a concepção para um determinado modelo/volume a ser produzido e as transformações necessárias para no mínimo manter uma disposição satisfatória e com sentido.
Mas nem sempre acompanhamos as dores da produção de um leiaute não apropriado para os produtos, desde a concepção até as adaptações que tem de ocorrer.
Para um bom leiaute, devemos considerar a cada mudança de modelo/volume:
- Melhoria do fluxo de produção.
- Melhor integração.
- Melhor utilização do espaço.
Com um bom leiaute de produção, a sua fábrica consegue atingir novos resultados e otimizar processos, tendo como objetivo básico garantir um bom fluxo de trabalho, material e informações por meio de um sistema, ou seja, garantir uma distribuição eficaz de recursos, ferramentas e pessoas dentro do espaço determinado.
Permitindo a medida em passos ou metros (transformando tudo em tempo de movimentação desnecessária, alguns desperdícios que devem ser reduzidos sempre), o diagrama, embasado na filosofia Lean Manufacturing, retrata as movimentações do colaborador ou do produto.
Voltando ao nosso exemplo, um aumento de volumes em torno de 80% (nos Produtos A e B) da capacidade dos equipamentos começou a resultar em perdas significativas na produção. Ao analisar a área (gemba), além de observar materiais para todos os lados e obstáculos que impediam a movimentação, os colaboradores, no final do dia, estavam cansados e não conseguiam celebrar os resultados de seus esforços. Mas a fábrica não podia parar.
Uma análise através do espaguete identificou a maior parte dos problemas e deu a direção para uma melhor organização do fluxo de trabalho sem excesso de movimentação.
A proposta foi realizada com a aprovação da gerência, e as modificações foram realizadas em um final de semana prolongado.
Já nas primeiras horas de trabalho, os colaboradores sentiram a diferença: no final do dia, o volume programado foi produzido.
A integração e o menor espaço entre as estações de um processo é essencial; isso é uma das prioridades ao realizar um leiaute de produção.
Embora o leiaute muitas vezes pareça ser perfeito, ainda assim podemos melhorar…
E caso necessite de ajuda para montar seu sistema de gestão, conte conosco:
José Carlos Menegaço
Consultor 2blean