Você já parou para pensar como hospitais e clínicas, mesmo com agendamentos, sempre possuem salas de espera lotadas? Para piorar, não é raro ver o paciente ser chamado para simplesmente ser encaminhado para outra sala de espera. É impressionante, não?
Há alguns anos, participei de um treinamento de mapeamento do fluxo do paciente em um hospital público; a área escolhida foi o fluxo do paciente, que foi classificado como Azul (já explico melhor o porquê desta cor). Depois de reunir algumas pessoas do administrativo e enfermeiros, fomos ao gemba, ou seja, onde as coisas acontecem – neste caso, o gemba está na porta de entrada do hospital: o pronto socorro.
Antes de prosseguir, aqui vai a explicação do que significa a cor Azul, que é um resultado da classificação de risco: trata-se do Protocolo de Manchester, o qual se divide em 5 cores (vermelho, laranja, amarelo, verde e azul). Cada cor é associada ao nível de gravidade, e o processo de identificação ocorre durante a triagem, sendo conduzida por um profissional (um enfermeiro ou auxiliar de enfermagem). Na imagem abaixo, pode-se ter uma ideia ilustrativa desta classificação de risco.
Depois de conversar com alguns pacientes e acompanhar sua jornada dentro do hospital, utilizamos uma técnica da filosofia lean conhecida como técnica do espaguete. Com o auxílio dela, fizemos uma ilustração de todas as idas e vindas do paciente desde de seu atendimento na recepção, como pode ser observado na figura abaixo:
Para cada situação em que o paciente é chamado, ele é direcionado a esperar pela próxima etapa. Após a recepção o chamar pela senha, ele é atendido, mas logo precisa aguardar o médico. Então, o médico o chama e verifica que são necessários alguns exames, enviando-o para outra sala de espera até que a enfermeira responsável o chame para realizar o procedimento. Isso se repete a cada nova etapa. Depois de 12 horas (ufa!), o paciente finalmente pode ir embora para casa.
O grande objetivo da metodologia lean na saúde (Lean Healthcare) é aperfeiçoar a jornada do paciente de modo que se obtenha o menor tempo possível de espera entre as etapas, além de reduzir o desperdício e melhorar o nível de satisfação dos pacientes.
Nesse sentido, após termos desenhado o mapa de fluxo de valor do Pronto Socorro, identificamos diversos problemas na situação atual, como:
- Longo tempo de espera do paciente.
- Alto nível de retrabalho (<1% correto e completo).
- Falta de foco para atendimento do paciente.
- Fluxo inadequado.
- Excesso de interrupções
- Falta de padronização.
Como resultado esperado, foi estabelecida a redução do tempo de espera do paciente Azul de 12 horas (situação atual) para no máximo 6 horas, conforme recomendado pelo Protocolo de Manchester, ou seja, buscou-se uma redução de 50%.
Se quiser saber mais sobre como podemos ajudar a melhorar o fluxo de atendimento aos pacientes, não deixe de nos contatar, clique aqui.
Grato,
Sivaldo Teodoro
Consultor Lean (Office e Healthcare)