Conheça a Manutenção Autônoma

Você já parou para pensar que suas máquinas da produção ou mesmo da logística não foram feitas para quebrar? Contudo, elas quebram muito mais do que desejamos ou esperamos!

Gosto muito de fazer paralelos com o nosso dia a dia, como você já deve ter percebido nos artigos que escrevo, então vamos fazer um paralelo com o nosso carro: ao comprarmos um carro, esperamos que ele não quebre, certo? E realmente é o que acontece. Claro que estou falando de um carro zero quilômetro; se você seguir as revisões recomendadas pelo fabricante e, claro, dirigir com atenção e cuidado, raramente o carro quebra. Já tive um carro que rodou 200 mil quilômetros e não quebrou nenhuma vez!

Mas por que nossas máquinas quebram? Em primeiro lugar, porque muitas vezes não seguimos as recomendações do fabricante. Nesse caso, não fazemos as preventivas das máquinas. Muitas vezes esperamos que o equipamento quebre para fazer alguma coisa! Em segundo lugar, não operamos a máquina com o cuidado devido, aumentamos a velocidade deliberadamente, não lubrificamos, às vezes sobrecarregamos o sistema da máquina, entre outros, ou seja nós quebramos a máquina.

Sei que isso dói. A primeira vez que ouvi isso de um japonês fiquei chocado e magoado: eu não quebrava a minha máquina (pelo menos pensava que não). Então, fui refletir e vi que não fazia preventiva fazia mais de um ano, que fazia gambiarra para a máquina produzir mais, mas ela sempre quebrava. Por fim, tive a consciência de que eu quebrava a máquina.

Mas nem tudo está perdido. Existe o TPM (Manutenção Produtiva Total), que é uma técnica que estimula o operador e o manutentor a evoluírem nos cuidados com a máquina. O TPM possui vários pilares, mas gostaria de destacar o que considero básico:

O que é a Manutenção Autônoma?

A manutenção autônoma tem 7 etapas e é focada em transmitir conhecimento para o operador, para que ele possa ter mais cuidados com a máquina e realizar pequenas manutenções e lubrificações.

1. Limpeza inicial – nessa etapa, o operador realiza a limpeza do equipamento com um olhar crítico para buscar condições anormais e as identifica com etiquetas para a manutenção e para que ele mesmo possa fazer pequenos reparos.
2. Medidas contra sujeira e locais de difícil limpeza – ao realizar a limpeza, ele também identifica locais de difícil acesso para a limpeza e fontes de contaminação. Afinal, ele não deve ficar limpando o equipamento toda hora, mas identificar o que está causando a sujeira.
3. Padrões provisórios para limpeza, inspeção e lubrificação – aqui o operador cria alguns padrões básicos de limpeza, inspeção e lubrificação, para que ele possa cuidar do equipamento diariamente e cada dia buscar melhorá-lo.
4. Inspeção geral – Nessa etapa, o operador recebe treinamentos sobre cuidados básicos do equipamento, lubrificação, elétrica e mecânica, para que ele possa adquirir conhecimento para conseguir identificar problemas mais rapidamente antes que se tornem complexos.